Ciência que estuda as cavidades naturais e outros fenómenos cársicos, nas vertentes da sua formação, constituição, características físicas, formas de vida, e sua evolução ao longo do tempo. A Geologia, Hidrologia, Biologia, Climatologia e Arqueologia são algumas das ciências que contribuem para o conhecimento espeleológico. Os estudos espeleológicos apoiam-se frequentemente em levantamentos topográficos. A simples exploração ou visita das cavernas está por vezes associada à espeleologia, embora não se deva confundir com esta ciência.
História da espeleologia:
Em tempos pré-históricos as cavernas protegiam os nossos antepassados das intempérides e dos animais selvagens. Os achados mais antigos da presença do homem nas cavernas datam de 450 mil anos atrás e foram encontrados na Gruta Arago, na região francesa de Tautavel. Nesta gruta foi encontrado o esqueleto do mais antigo povoador europeu, baptizado como Homem de Tautavel. Com a evolução, este primata dá origem ao Homem do Paleolítico Superior, muito mais avançado que o anterior. É neste periodo (350.000 A.C. - 10.000 A.C.) que surgem as primeiras pinturas rupestres, fruto do ócio e do instinto artístico, ilustrando principalmente cenas domésticas e de caça. Com o fim das eras glaciares, o homem abandona as grutas e instala-se nos campos. As cavernas passam a servir de armazéns, lugares de culto ou túmulos funerários. Na Idade Média dá-se uma regressão de mentalidades, passando as cavidades a serem consideradas lugares do demónio e onde se escondem os leprosos e os doentes da peste. A Espeleologia passa por anos negros. A pouco e pouco as cavernas começam novamente a ser alvo de visitas e explorações, sendo alvo de estudos científicos a partir da segunda metade do séc. XIX. Agora já não é a busca de protecção, mas sim a curiosidade, que faz o homem regressar às grutas. As primeiras expedições de carácter científico eram motivadas pela Paleontologia, ciência que busca os vestígios do homem e dos animais pré-históricos. Crê-se que tenham sido os ajudantes dessas expedições que mais tarde se agruparam e se tornaram os primeiros espeleólogos, aqueles que estudam as cavidades.
O pai da espeleologia:
Nascido em França na segunda metade do séc. XIX (1859 - 1938), Edouard Alfred Martel é considerado o pai da espeleologia. Desde tenra idade que se apaixona pelo mundo subterrâneo, tendo efectuado as suas maiores explorações em 1888, no maciço central francês. Em 1895 fundou a Sociedade de Espeleologia Francesa, a primeira associação de carácter espeleológico em França e no mundo. Foi o verdadeiro fundador da espeleologia física. Outro grande nome da espeleologia é o romeno Emile Georges Racovitza (1868 - 1947), que realizou os seus estudos em França. Juntamente com o seu discípulo e colaborador René-Jeannel (1879 - 1965), são considerados os fundadores da bioespeleologia, ciência que estuda a vida nas cavernas. No entanto a espeleologia não podia progredir sem o contributo de outras ciências. As dificuldades inerentes à exploração das grutas, bem como a subida e descida de poços de grandes dimensões, exigiam técnicas e materiais específicos. Robert de Joly (?), discípulo e seguidor de Martel, foi o primeiro a inventar e a aperfeiçoar radicalmente o material de exploração espeleológica. Os seus sistemas de iluminação, aparelhos de subida e descida e inclusivé o seu traje, foram copiados e imitados no mundo inteiro. É considerado o pai da espeleologia desportiva.
FONTE: SITE GLOSSÁRIO DE ATIVIDADES
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